Em discurso na sessão plenária VII Cúpula das Américas, a presidente Dilma Rousseff elogiou a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, negociada pelos presidentes Raúl Castro e Barack Obama, e defendeu o fim do embargo norte-americano ao país caribenho.
"Celebramos aqui agora a iniciativa corajosa dos presidentes Raúl Castro e Barack Obama de restabelecer relações entre Cuba e Estados Unidos, de pôr fim a este último vestígio da Guerra Fria na região que tantos prejuízos nos trouxe [...] Os dois presidentes deram uma prova do quanto se pode avançar quando aceitamos os ensinamentos da História e deixamos de lado preconceitos e antagonismos que tanto afetaram nossas sociedades", afirmou Dilma.
"Estamos seguros que outros passos serão dados, como o fim do embargo, que há mais de cinco décadas vitima o povo cubano e enfraquece o sistema interamericano. Aí, sim, continuaremos concluindo as linhas que pautarão nosso futuro e estaremos sendo contemporâneos de nosso presente [...]. Inúmeras oportunidades nascem desse novo ambiente", completou.
Após a fala de Dilma, o presidente norte-americano discursou e afirmou que seu país não ficará preso ao passado. Obama disse considerar histórico o fato de estar sentado numa mesma mesa com o presidente de Cuba, Raúl Castro. “Os EUA não ficarão presos ao passado. É a primeira vez que em mais de meio século que serão restabelecidadas formalmente as relações diplomáticas", disse Obama.
Obama e Castro conversaram por telefone nesta quinta, depois que os dois mandatários chegaram ao Panamá para a cúpula. Na sexta, eles se cumprimentaram na abertura do encontro.
'Relações hemisféricas'
Ainda no discurso de Dilma, a presidente defendeu que os países convivam com diferentes visões de mundo e que este século seja um período de paz e desenvolvimento para todos. "A VII cúpula inaugura uma nova era nas relações hemisféricas, na qual é uma exigência conviver com diferentes visões de mundo, sem receitas rígidas ou imposições", afirmou.
"É nossa responsabilidade fazer deste século um período de paz e de desenvolvimento para todos, sobretudo é nosso desafio fazer com que a régua pela qual nós nos medimos seja a régua pela qual nós medimos a todos os demais. Não podemos achar que somos ou superiores ou inferiores a quem quer que seja."
Ao discursar, Dilma também falou da trajetória da América Latina nas últimas duas décadas e afirmou que a região vive um momento de “consolidação da democracia”, com novos “paradigmas políticos”.
“Em 1994, enfrentávamos problemas crônicos, como a fome, a miséria o desemprego, causados em grande medida por visões e políticas que agravavam a exclusão social. Recém-saídos de regimes autoritários, recebemos legado de endividamento, concentração de renda e baixo desenvolvimento. [...] A América Latina e o Caribe têm agora menos pobreza, menos fome, menos mortalidade e infantil e materna, menos analfabetismo”, declarou.
Clima e seca no Sudeste
Dilma também destacou em seu discurso a necessidade de proteção ao meio ambiente mesmo com busca pelo crescimento econômico. Ela mencionou que, no Brasil, a “região mais rica” foi atingida “pela maior seca” da história do país, em referência à seca do Sudeste que agravou a crise hídrica em São Paulo.
“Quero reiterar que nossos países vêm enfrentando uma série de problemas, como é o fato do Brasil ter enfrentado nos últimos anos a maior seca de sua história. Não na região tradicionalmente afetada pela seca, mas no Sudeste do país, a região mais rica, até então jamais afetada por uma seca das dimensões da presente”, disse.
“Daí que o combate à mudança do clima, que afeta nossas economias, que afeta nossas sociedades, que atribui penalidades para as populações de nosso países, exige, sim, o equilíbrio entre o crescimento da economia, a diminuição da desigualdade social e a proteção ao meio ambiente. O Brasil reafirma seu engajamento nesse tema”, completou.
Cúpula das Américas
Dilma chegou ao Panamá na tarde desta sexta-feira e participou do Foro Empresarial das Américas, evento que antecedeu a abertura oficial da VII Cúpula das Américas. No evento de sexta, Dilma defendeu as medidas de ajuste fiscal que o governo tem adotado desde o início do ano para reduzir gastos e reequilibrar as contas públicas.
A presidente também cumpriu agenda de encontros bilaterais com os presidentes do México, Enrique Peña Nieto, e Da Colômbia, Juan Manuel Santos.
Neste sábado, Dilma Rousseff se reunirá com o colega norte-americano Barack Obama em meio às atividades da VII Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá. Ao longo do dia, Dilma fará discursos em mais uma sessão plenária e participará de almoço com chefes de Estado e de governo dos 35 países do continente americano. A previsão é que ela retorne ao Brasil nesta noite.
Fonte: Portal G1
"Celebramos aqui agora a iniciativa corajosa dos presidentes Raúl Castro e Barack Obama de restabelecer relações entre Cuba e Estados Unidos, de pôr fim a este último vestígio da Guerra Fria na região que tantos prejuízos nos trouxe [...] Os dois presidentes deram uma prova do quanto se pode avançar quando aceitamos os ensinamentos da História e deixamos de lado preconceitos e antagonismos que tanto afetaram nossas sociedades", afirmou Dilma.
"Estamos seguros que outros passos serão dados, como o fim do embargo, que há mais de cinco décadas vitima o povo cubano e enfraquece o sistema interamericano. Aí, sim, continuaremos concluindo as linhas que pautarão nosso futuro e estaremos sendo contemporâneos de nosso presente [...]. Inúmeras oportunidades nascem desse novo ambiente", completou.
Após a fala de Dilma, o presidente norte-americano discursou e afirmou que seu país não ficará preso ao passado. Obama disse considerar histórico o fato de estar sentado numa mesma mesa com o presidente de Cuba, Raúl Castro. “Os EUA não ficarão presos ao passado. É a primeira vez que em mais de meio século que serão restabelecidadas formalmente as relações diplomáticas", disse Obama.
Obama e Castro conversaram por telefone nesta quinta, depois que os dois mandatários chegaram ao Panamá para a cúpula. Na sexta, eles se cumprimentaram na abertura do encontro.
'Relações hemisféricas'
Ainda no discurso de Dilma, a presidente defendeu que os países convivam com diferentes visões de mundo e que este século seja um período de paz e desenvolvimento para todos. "A VII cúpula inaugura uma nova era nas relações hemisféricas, na qual é uma exigência conviver com diferentes visões de mundo, sem receitas rígidas ou imposições", afirmou.
"É nossa responsabilidade fazer deste século um período de paz e de desenvolvimento para todos, sobretudo é nosso desafio fazer com que a régua pela qual nós nos medimos seja a régua pela qual nós medimos a todos os demais. Não podemos achar que somos ou superiores ou inferiores a quem quer que seja."
Ao discursar, Dilma também falou da trajetória da América Latina nas últimas duas décadas e afirmou que a região vive um momento de “consolidação da democracia”, com novos “paradigmas políticos”.
“Em 1994, enfrentávamos problemas crônicos, como a fome, a miséria o desemprego, causados em grande medida por visões e políticas que agravavam a exclusão social. Recém-saídos de regimes autoritários, recebemos legado de endividamento, concentração de renda e baixo desenvolvimento. [...] A América Latina e o Caribe têm agora menos pobreza, menos fome, menos mortalidade e infantil e materna, menos analfabetismo”, declarou.
Clima e seca no Sudeste
Dilma também destacou em seu discurso a necessidade de proteção ao meio ambiente mesmo com busca pelo crescimento econômico. Ela mencionou que, no Brasil, a “região mais rica” foi atingida “pela maior seca” da história do país, em referência à seca do Sudeste que agravou a crise hídrica em São Paulo.
“Quero reiterar que nossos países vêm enfrentando uma série de problemas, como é o fato do Brasil ter enfrentado nos últimos anos a maior seca de sua história. Não na região tradicionalmente afetada pela seca, mas no Sudeste do país, a região mais rica, até então jamais afetada por uma seca das dimensões da presente”, disse.
“Daí que o combate à mudança do clima, que afeta nossas economias, que afeta nossas sociedades, que atribui penalidades para as populações de nosso países, exige, sim, o equilíbrio entre o crescimento da economia, a diminuição da desigualdade social e a proteção ao meio ambiente. O Brasil reafirma seu engajamento nesse tema”, completou.
Cúpula das Américas
Dilma chegou ao Panamá na tarde desta sexta-feira e participou do Foro Empresarial das Américas, evento que antecedeu a abertura oficial da VII Cúpula das Américas. No evento de sexta, Dilma defendeu as medidas de ajuste fiscal que o governo tem adotado desde o início do ano para reduzir gastos e reequilibrar as contas públicas.
A presidente também cumpriu agenda de encontros bilaterais com os presidentes do México, Enrique Peña Nieto, e Da Colômbia, Juan Manuel Santos.
Neste sábado, Dilma Rousseff se reunirá com o colega norte-americano Barack Obama em meio às atividades da VII Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá. Ao longo do dia, Dilma fará discursos em mais uma sessão plenária e participará de almoço com chefes de Estado e de governo dos 35 países do continente americano. A previsão é que ela retorne ao Brasil nesta noite.
Fonte: Portal G1